segunda-feira, agosto 4, 2025
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Câncer pode se tornar doença crônica controlável, afirmam especialistas

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Com o avanço da medicina e o diagnóstico precoce, o câncer começa a ser tratado como uma doença crônica controlável. A afirmação é de médicos e especialistas em oncologia, que apontam mudanças significativas na forma de diagnosticar e tratar a doença, principalmente nos últimos anos.

O caso da analista Izabella Barroso, diagnosticada aos 32 anos com câncer de intestino, ilustra essa nova realidade. Sem histórico familiar e com hábitos saudáveis, ela descobriu o tumor após perceber um pequeno sangramento. Submetida a duas cirurgias, hoje está em remissão, sem necessidade de quimioterapia ou radioterapia. “O diagnóstico precoce me salvou”, afirma.

O que está mudando no tratamento do câncer

Segundo especialistas ouvidos pelo portal g1, o câncer está deixando de ser uma sentença de morte e se tornando uma condição gerenciável, assim como o HIV ou a diabetes. Isso é possível graças a três pilares:

  • Diagnóstico precoce – permite ações mais eficazes e menos invasivas;
  • Terapias personalizadas – tratamentos voltados para mutações específicas;
  • Estilo de vida saudável – alimentação, atividade física e acompanhamento contínuo.

“O câncer será algo com que as pessoas vão conviver por anos. Não vamos erradicá-lo, mas vamos aprender a controlá-lo”, diz Stephen Stefani, oncologista da Oncoclínicas.

Novos tratamentos em destaque

A medicina oncológica tem avançado com tratamentos cada vez mais personalizados. Entre as principais inovações estão:

  • Imunoterapia: estimula o sistema imunológico a combater o tumor;
  • Terapias-alvo: atacam mutações genéticas específicas do câncer;
  • Terapias conjugadas: combinam anticorpos e quimioterapia;
  • Terapias teranósticas: localizam e tratam o câncer com radiofármacos;
  • CAR-T cell: utiliza células do próprio paciente para atacar o tumor.

Medicamentos como Larotrectinibe, Pembrolizumabe e Enhertu já estão disponíveis no Brasil, com alta taxa de resposta e menos efeitos colaterais.

Mais jovens, mais casos: o novo perfil do paciente oncológico

Casos de câncer entre pessoas com menos de 50 anos cresceram 79% em três décadas. Entre os fatores suspeitos estão:

  • Sedentarismo e obesidade
  • Alimentação ultraprocessada
  • Exposição a poluentes e microplásticos

“Muitos desses pacientes não têm histórico familiar, o que mostra que o problema está muito mais ligado a fatores ambientais e comportamentais”, explica Rodrigo Nascimento Pinheiro, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

Desigualdade no acesso preocupa

Apesar dos avanços, o acesso a essas terapias modernas ainda é limitado no Sistema Único de Saúde (SUS). “A maior parte dos avanços está disponível no setor privado”, alerta Carlos Donnarumma, da Rede Total Care.

No Brasil, o câncer já é a segunda principal causa de morte, e deve ultrapassar as doenças cardiovasculares em breve. Ainda assim, menos de 4% do orçamento federal da saúde é destinado à oncologia.

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