As operações na Barragem Laranjeiras, em São Gonçalo do Rio Abaixo, já tinham sido suspensas pela Justiça neste ano.
A Barragem Laranjeiras, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas Gerais, teve as operações paralisadas nesta segunda-feira (2) e entrou em nível 1 de emergência. A estrutura faz parte do complexo da Mina de Brucutu, que pertence à Vale. Ela é a maior da mineradora em Minas Gerais.
Segundo a prefeitura da cidade, a paralisação pode durar até dois meses. Em 2014, a cidade chegou a ficar entre os dez maiores PIBs do país por causa da mineração. As reservas na região são mais de 650 milhões de toneladas, perdendo apenas para Carajás (PA).
De acordo com a mineradora, avaliações geotécnicas estão sendo feitas na barragem e, por isso, a paralisação foi determinada. O protocolo de emergência foi elevado para o nível 1, que não requer a retirada de moradores das áreas de risco e nem o toque de sirenes. O nível 1 significa estado de prontidão, indicando situação adversa na estrutura e controlável pela empresa.
A Vale não informou quais seriam os problemas que causaram a interrupção do lançamento de rejeitos na Barragem Laranjeiras.
A mina representa 9% da produção nacional da mineradora. Segundo a Vale, a operação a úmido é aquela que utiliza água no processamento do minério de ferro e, consequentemente, gera rejeito que é disposto em barragem.
A Barragem Laranjeiras havia sido paralisada pela Justiça em fevereiro junto com outras sete após ação civil pública movida pelo Ministério Público, que corre em segredo de Justiça. A mineradora havia conseguido voltar a operar, mas houve nova suspensão no dia 6 de maio.
Em junho, a prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo alegou ao Superior Tribunal de Justiça que a paralisação de qualquer estrutura que impossibilite a operação da mina afeta diretamente a economia da cidade e a Vale conseguiu o direito de retomar as atividades.
Em nota, a prefeitura informou que a paralisação que começou nesta segunda-feira (2) vai fazer com que a operação caia mais da metade.
“Neste período, Brucutu vai operar com cerca de 40% de sua capacidade por meio de processamento a úmido com rejeito filtrado e empilhado. O impacto da paralisação gira em torno de 1,5 milhão de toneladas de minério de ferro por mês”, disse.
A prefeitura pediu à diretoria da Vale um diagnóstico com mais informações sobre a barragem.