Egídio Malanquini, que teria apoio de Casagrande, destaca entre suas metas maior valorização da indústria
Entidade representativa de um dos mais importantes setores da economia, a Federação das Indústrias do Espirito Santo (Findes) inicia o ano de 2020 como cenário de articulações para eleição da diretoria, que será realizada em março ou abril. Por sua penetração em todo o Estado, como coordenadora do Sistema S (Sesi, Senai e Sebrae), exerce influência significativa junto à classe política, com maior visibilidade em períodos eleitorais.
Nesse contexto, embora de forma bastante discreta e sem maiores interferências, os candidatos contam com o apoio de blocos ligados a lideranças políticas. Egídio Malanquini e Cristhine Samorini, os dois candidatos à Presidência, são colocados, no mercado político, em blocos opostos, o primeiro com a simpatia do governador Renato Casagrande (PSB), de acordo com informações de bastidores, e Cristhine, candidata do atual presidente, Léo de Castro, que é ligado ao ex-governador Paulo Hartung.
As articulações seguem nesse sentido, ampliando o quadro registrado nas eleições do Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae-ES), em dezembro de 2018. Na época, a política partidária esteve presente na acirrada disputa elegendo para a Superintendência, por unanimidade, o empresário Pedro Rigo, candidato de Casagrande.
A votação foi realizada em meio a articulações de grupos políticos liderados, de um lado, pelo então deputado federal Carlos Manato (PSL), eleito presidente do Conselho de Administração em votação apertada, e, de outro, por José Eugênio Vieira e o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), José Lino Sepulcri, afinados com Hartung.
Egídio Malanquini tem o apoio garantido do ex-presidente da Findes Marcos Guerra, de Colatina, derrotado nas eleições para deputado federal em 2018, que exerceu dois mandatos consecutivos na entidade, de 2011-2014 e 2014-2017.
“Egídio conta com o meu apoio, por sua história na Findes e os pontos destacados no seu programa de gestão”, comenta Guerra (Republicanos), que trabalha para voltar à disputa à Câmara Federal em 2022 e nega a candidatura a prefeito de Colatina, onde foi bem votado em 2018, tendo alcançado no total 36,7 mil votos.
Já Egídio Malanquini, afirma se articula e conversa com interlocutores de Renato Casagrande. Seu programa, se eleito, enfatiza ações visando o associativismo, interiorização da entidade, a área educacional, competitividade e inovação e valorização da indústria, justamente os pontos principais da gestão de Guerra. Para ele, é preciso retomar esses eixos, a fim de haver maior integração no setor, com ênfase nos princípios históricos da entidade.
Os dois candidatos possuem história na Findes. Cristhine é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas e tem apoio do atual presidente, Léo de Castro. Egídio Malanquini, é cafeicultor e atual vice-presidente da entidade.