(Reuters) – A Johnson & Johnson anunciou hoje que vai junto com o governo dos Estados Unidos investir US$ 1 bilhão para alcançar capacidade de produção para fabricar mais de 1 bilhão de doses de uma vacina que está testando contra o novo coronavírus, que já acumula mais de 35 mil mortes no mundo. Como parte do acordo, o governo dos EUA pagará US$ 421 milhões para apoiar os esforços da empresa na iniciativa. A J&J disse que iniciará o teste em humanos de uma vacina candidata contra coronavírus em setembro, com o objetivo de prepará-la sob uma autorização de uso emergencial no início de 2021, muito mais rápido que o período típico de 18 meses que leva para que as vacinas sejam testadas, aprovadas e produzidas. O vice-presidente da unidade científica da J&J, Dr. Paul Stoffels, disse à Reuters que a empresa precisa começar a aumentar a capacidade de produção agora, mesmo antes de ter um sinal de que a vacina experimental funciona.
“Essa é a única opção para conseguirmos a vacina a tempo”, disse Stoffels em entrevista por telefone. A empresa possui uma fábrica na Holanda que pode produzir até 300 milhões de doses da vacina, disse Stoffels, acrescentando que “absolutamente não será suficiente para o mundo”. Ele disse que a J&J está começando a construir uma fábrica nos Estados Unidos agora para que possa estar pronta para fabricar vacinas até o final do ano, quando os dados de seus ensaios clínicos mostrarão se a vacina funciona.
Até agora, a J&J não administrou nenhuma dose de sua vacina em humanos. Mas Stoffels disse que a vacina contra o coronavírus será baseada na mesma tecnologia usada para fabricar a vacina contra o Ebola, que tem sido amplamente usada em pessoas, e a empresa acredita que se mostrará segura. Em testes em laboratório, a vacina produziu fortes anticorpos neutralizantes contra o vírus — o tipo necessário para obter uma vacina bem-sucedida. A J&J continuará testando a vacina em estudos com animais nos próximos meses e planeja iniciar testes em humanos em setembro.