IPCA-15 ficou em 0,89% no mês, maior alta desde 2002, puxado por energia, gás e gasolina
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,89% em agosto, maior taxa para o mês desde 2002. O resultado foi puxado pelo preço da energia, do gás e da gasolina. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.
Em 12 meses, o índice acumula alta de 9,30%, bem acima do teto da meta, o que eleva a pressão sobre o Banco Central para ajustes na Selic, a taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano.
O Banco Central trabalha com meta de inflação de 3,75% em 2021, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p), de 2,25% a 5,25%.
Como o efeito de uma alteração na Selic leva de seis a nove meses para chegar à economia real, analistas avaliam que a inflação em 2021 ficará acima do teto da meta, mas que cederá em 2022.
O resultado de agosto indica uma aceleração em relação ao IPCA-15 de julho (0,72%). O índice ficou bem acima das projeções para o mês. Analistas ouvidos pela Reuters projetavam alta de 0,64%.
Também houve forte aumento quando a base de comparação é de 12 meses. No período de um ano encerrado em julho, o indicador acumulava alta de 8,59%.