As farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram, nesta quinta-feira (25/8), a assinatura de uma carta de intenção com o laboratório brasileiro Eurofarma para a produção de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com a empresa, o objetivo é fabricar imunizantes para distribuição em toda a América Latina. Com sedes em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Eurofarma será responsável pelas atividades de fabricação dentro da cadeia e do fornecimento do imunizante ComiRNAty.

As organizações ainda não informaram em qual sede da Eurofarma ocorrerá a fabricação dos fármacos. O projeto faz parte da extensão da Pfizer ao redor do globo: a empresa espera construir mais 20 laboratórios em diversos países, em quatro continentes.

De acordo com a Pfizer, as “atividades de transferência técnica, desenvolvimento no local e instalação de equipamentos começarão imediatamente” junto à Eurofarma.

A empresa brasileira receberá matéria-prima dos Estados Unidos e a fabricação de doses prontas começará em 2022. A expectativa é de que a produção anual chegue a 100 milhões de doses, que serão distribuídas exclusivamente na América Latina.

“Nossa nova colaboração com a Eurofarma expande nossa rede global de cadeia de suprimentos — nos ajudando a continuar fornecendo acesso justo e equitativo à nossa vacina”, disse, em nota, Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer.

Atualmente, o Brasil tem fabricação própria de duas vacinas contra a Covid. A Coronavac, do Instituto Butantan, em São Paulo, e a AstraZeneca, produzida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Incorporação ao SUS

A parceria com o laboratório brasileiro aponta para o uso da vacina Pfizer contra a Covid-19 em uma eventual campanha anual de imunização contra o coronavírus.

Isso porque o fármaco é um dos únicos com registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, a vacina da Pfizer é uma das aprovadas pela Comissão Nacional de Inclusão de Tecnologia no SUS (Conitec) para incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Na prática, a medida inclui o imunizante ao rol de medicamentos do SUS, assim como outras vacinas que já fazem parte do sistema, como a da gripe, por exemplo. A vacina da AstraZeneca contra a Covid também foi incorporada ao sistema.

“Estamos disponibilizando nossos melhores recursos em capacidade industrial, tecnologia e qualidade para este projeto, para que possamos cumprir o contrato com excelência e contribuir com o abastecimento do mercado latino-americano ”, disse Maurízio Billi, Presidente da Eurofarma.

Contratos

Atualmente, o Brasil tem dois contratos assinados com a Pfizer/BioNTech. O primeiro deles, fechado em março, está em vigência e prevê a entrega de 100 milhões de doses. Desse quantitativo, 1 milhão chegou ao país em abril e outros 2,5 milhões em maio.

O segundo contrato, assinado em maio deste ano, também prevê 100 milhões de doses. No entanto, as vacinas só devem chegar ao país no último trimestre do ano.