Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior,não vai comparecer à CPI na manhã desta quinta-feira (16). O relator da CPI da Covid, Renan  Calheiros (MDB-AL) confirmou a informação nos corredores do Senado.

O plano de saúde particular, com foco no atendimento a idosos, é acusado de ter pressionado seus médicos a adotarem o protocolo do chamado “tratamento precoce” contra a covid-19, oferecendo medicamentos que são ineficazes contra o tratamento da covid a pacientes que estavam internados em suas unidades.

Segundo Renan Calheiros, ainda não há atividade definida para a reunião da CPI desta quinta-feira. O relator defende condução coercitiva para que o colegiado tome o depoimento de Pedro Batista Júnior. Os parlamentares vão definir se isso será viável na reunião.

A defesa do depoente justificou que ele não vai comparecer ao Senado porque não houve tempo hábil para se preparar. De acordo com os advogados, Pedro Batista foi convocado em cima da hora. Mesmo com essa justificativa, o depoente chegou a ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitar uma liminar para não comparecer ao colegiado ou ter o direito de ficar calado. Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski nesta quarta-feira (15), ele ganhou o direito ao silêncio, isto é, poderá não responder a perguntas que possam incriminá-lo.

Pedro, no cargo desde 2018, já está há quase dez anos na empresa, onde começou e continua como médico tutor. Ele também é militar, com patente de tenente-médico, cargo que ocupou por um ano entre 2011 e 2012.

O médico precisa  explicar por que a rede de plano de saúde adotou uma prática ineficaz contra o tratamento da covid-19, mesmo depois que diversos estudos passaram a indicar sua falibilidade. A adoção do chamado “tratamento precoce“, com o uso de medicamentos como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a Ivermectina, foi patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo então ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello. A estratégia é uma das responsáveis pelo elevado número de mortos pela pandemia no país, que já matou cerca de 590 mil brasileiros.

Este seria o último depoimento da semana – a comissão retornará na próxima terça-feira (21) para penúltima semana de trabalhos. A expectativa dos senadores é que até o final do mês o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) seja votado e aprovado.