Entre os dias 16 e 17 de fevereiro, a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) – Campus Itapina, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o Sindicato Rural e a Secretaria de Agricultura de Colatina, realizou o curso produção de cafés especiais voltado para o público feminino. Os objetivos são o aprimoramento de métodos e técnicas e a melhoria da qualidade do café.
“A ações voltadas para a visibilidade e a valorização do trabalho das mulheres são fundamentais para fomentar a autonomia econômica e financeira de grupos produtivos, à promoção da melhoria da qualidade e da agregação de valor aos produtos delas. Já realizamos quatro cursos voltados para a qualidade do café que elas produzem nas propriedades e, sem dúvidas, o melhor caminho para o sucesso é a qualificação”, ressaltou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Paulo Foletto.
O “Café com Elas” faz parte do Projeto Elas no Campo e na Pesca. A partir de demandas das cafeicultoras do Estado, foi elaborado o programa de treinamento “Café com Elas”, voltado para as mulheres envolvidas nessa cadeia produtiva. Os objetivos são contribuir para o aprimoramento de métodos e técnicas, para a melhoria da qualidade do café produzido no Estado e o consequente aumento do valor agregado e da renda das famílias rurais.
“O Espírito Santo se consolidou como uma das principais origens de cafés especiais no País e no mundo. Somos destaque na produção de cafés e as mulheres têm um papel fundamental no que diz respeito à qualidade dos nossos cafés. Elas atuam em todos os processos, mas nem sempre são protagonistas do sucesso. Elas ocupam um papel importantíssimo na produção de cafés especiais. Portanto, é muito importante que se capacitem e passem a ocupar cada vez mais o seu espaço e o espaço que desejarem dentro da cadeia produtiva do café”, disse a coordenadora do projeto Patrícia Ferraz.
O extensionista do Incaper, Tássio de Souza, foi quem ministrou o curso e avalia de forma positiva a busca das mulheres por qualificação. “Esse momento só para elas proporciona às mulheres a oportunidade de conhecerem as origens dos aromas e sabores dos cafés, além dos desafios de produzir com qualidade”, frisou.
A produtora rural Neia Milanesi saiu do município de Marilândia para aprender um pouco mais sobre a produção de cafés especiais. “O curso nos dá oportunidade de aprender cada vez mais sobre a cultura do café. Assim como eu, várias mulheres sempre quiseram trabalhar na qualidade da bebida e agora podemos”, destacou.
“Quero agradecer a parceria da Seag com o Ifes em mais uma ação de fortalecimento da nossa agricultura familiar, em especial ao trabalho das mulheres no campo. A importância do protagonismo delas precisa ser evidenciada sempre”, pontuou o diretor do Ifes Campus Itapina, Fábio Lyrio.
Investimentos para Elas
No edital do Fundo Social de Apoio à Agricultura Familiar (Funsaf) III, uma linha voltada para mulheres beneficiou quatro associações e mais seis associações foram contempladas, a partir de outras fontes de recursos da Seag, totalizando um investimento de R$ 437.848,67.
Um convênio com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae está realizando consultorias para grupos organizados de mulheres, que começou a ser executado em 2021 e terá continuidade em 2022. Até a presente data, foram realizadas 26 consultorias voltadas para empreendimentos femininos nas áreas de agroindústria, legalização sanitária, dizeres de rotulagem e design de rótulos.
No ano de 2021, em parceria com o Incaper, foram atendidas 2.036 mulheres em todo o Espírito Santo e realizadas 1.608 ações (atendimentos, visitas técnicas, cursos, palestras e projetos).
Para o ano de 2022, estão previstos diversos cursos voltados para a melhoria da qualidade do café, cursos para pescadoras e indígenas, além do lançamento do livro “Quem são Elas?”, com histórias e relatos sobre mulheres que constroem a agricultura e a pesca capixaba, reunindo um total 19 capítulos com histórias de vida e de trabalho, além de histórias da formação de associações e dos grupos e experiências de Ater, cujas protagonistas são mulheres.