Ao menos 15 capitais brasileiras registraram atos pró‑Bolsonaro neste domingo (3 de agosto de 2025), em uma mobilização que testou a capacidade de organização do movimento sem a presença do ex‑presidente e de Michelle Bolsonaro. As manifestações foram convocadas para sinalizar insatisfação com medidas judiciais e sanções internacionais.
Mobilização nacional e ausência da alta liderança
Os protestos ocorreram em cidades como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Em São Paulo, o ato na Avenida Paulista, organizado pelo pastor Silas Malafaia, teve início às 14h, mas sem a presença de Bolsonaro nem da ex‑primeira‑dama Michelle. O evento também não contou com o principal aliado no estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que optou por procedimento médico no mesmo dia
Em Brasília, o ato passou para frente do Banco Central, em vez da Esplanada dos Ministérios, possivelmente para mascarar baixa adesão. A PM não divulgou estimativa oficial, mas a organização falou em cerca de 4.600 participantes
Temas centrais dos protestos
As lideranças bolsonaristas defenderam o uso da tarifa de 50% imposta pelos EUA como justificativa e reforço à mobilização. Pregaram também o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) e do presidente Lula, além de pressionarem pela aprovação da PEC da anistia aos presos do 8 de Janeiro, estagnada na Câmara
Silas Malafaia usou tom inflamado:
“Estamos debaixo de censura, de um ditador chamado Alexandre de Moraes… Não vai ter telão nenhum, fala nenhuma dele.” Sem citações diretas à presença de Bolsonaro, indicou que o ato era parte da reorganização política da base.
Quórum reduzido reforça dúvidas sobre mobilização
O movimento buscava testar sua força após a imposição de medidas cautelares ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e proibições de sair de casa nos fins de semana. Fontes do partido Republicanos estimam que a adesão tenha sido um terço menor do que em manifestações anteriores, como a da Paulista em fevereiro de 2024, que reuniu cerca de 185 mil pessoas. Na do fim de semana passado, o público foi bem menor — cerca de 12 mil
Significado político do evento
Para analistas, os atos foram uma tentativa de mostrar resiliência sem a presença de suas lideranças principais. O ex‑presidente permanece isolado politicamente por decisões judiciais, enquanto a base busca reorganização.
Sem Bolsonaro nem Michelle, a militância bolsonarista conseguiu mobilizar apoio, mas em escala reduzida. O teste também expôs dificuldades logísticas e simbólicas de articular protestos expressivos sem os principais rostos do movimento. Os próximos passos incluem articulações legislativas e jurídicas – especialmente em torno da PEC da anistia e de outras estratégias de pressão política.