Em 3 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A data, instituída pela ONU em 1993, deveria ser uma oportunidade para celebrar o jornalismo livre, plural e independente — pilar fundamental de qualquer democracia. No entanto, o que se vê, em muitas partes do mundo (inclusive no Brasil), é um cenário de alerta: a liberdade de imprensa segue sendo diariamente atacada por pressões políticas, econômicas e até físicas.

A crescente hostilidade contra jornalistas é sintomática de um ambiente tóxico, onde a informação verdadeira é desvalorizada e substituída por narrativas manipuladas. Dados da ONG Repórteres Sem Fronteiras indicam que dezenas de profissionais são mortos a cada ano pelo simples exercício de sua profissão, e muitos outros são perseguidos, presos ou ameaçados. A censura não é mais apenas institucional ou legal — ela se apresenta, com frequência, disfarçada em assédios virtuais, campanhas de desinformação e cortes financeiros estratégicos que buscam silenciar vozes críticas.

No Brasil, a situação também preocupa. Profissionais da imprensa enfrentam ameaças diretas, tentativas de deslegitimação por autoridades e um ambiente digital onde o jornalismo é alvo constante de ataques coordenados. Além disso, o avanço da precarização nas redações, com demissões em massa e baixos salários, corrói a capacidade investigativa da mídia e enfraquece a produção de conteúdo de interesse público.

Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, mais do que comemorar, é preciso resistir. Defender o jornalismo é defender o direito da sociedade à informação de qualidade, à transparência e à verdade. Um país que não protege seus jornalistas está, na prática, abrindo mão de sua própria democracia. É hora de reafirmar o compromisso com uma imprensa livre, plural e segura — não apenas como um ideal, mas como uma urgência.