Sobretaxa sobre produtos foi adotada no ano passado em meio à guerra comercial com a China, mas Brasil e Argentina tiveram ‘alívio’ da cobrança em agosto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (2), em uma rede social, Brasil e Argentina de desvalorizarem “maciçamente” suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.
“Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moeda. O que não é bom para nossos agricultores”, escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países”.
Trump ainda usou a oportunidade para criticar o Federal Reserve (Fed), o banco central americano. “O Federal Reserve deveria agir da mesma forma, para que países, que são muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa”, disse ele, que frequentemente tem defendido juros mais baixos nos Estados Unidos.
Do início do ano até a última sexta-feira (29), o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora. Somente em novembro, a alta foi de 5,73%.
Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em março do mesmo ano. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e Argentina e do alumínio da Argentina.
Desde então, as empresas americanas que comprarem aço do Brasil não precisam pagar 25% a mais sobre o preço original, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno.