Representantes de companhias farmacêuticas e de biotecnologia que trabalham para desenvolver vacinas para a Covid-19 disseram nesta terça-feira (21) em audiência ao Congresso americano que estão encaminhadas para ter uma possível vacina para o fim deste ano ou no começo do próximo. Uma delas, inclusive, espera ter uma pronta a partir de setembro.
Mene Pangalos, vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento de biofarmacêuticos da Astrazeneca, disse à Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados que a vacina da empresa poderá ser disponibilizada “em qualquer momento a partir de setembro”, se tudo correr bem nos testes clínicos.
Quando foi perguntado se a imunização estaria disponível até o fim do ano, caso a potencial vacina seja aprovada para casos emergenciais, Pangalos disse: “Sim, teremos. Assim que tivermos dados de eficácia, esperamos tê-la [a vacina] em qualquer momento a partir de setembro”.
Os resultados preliminares do estudo das fases 1 e 2 da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford em conjunto com a Astrazeneca sugerem que ela é segura e induz resposta imune.
A vacina provocou produção de anticorpos em 28 dias e produção de células T dentro de 14 dias, segundo pesquisa publicada na revista médica The Lancet nesta segunda (20). A candidata ainda está em fase de testes clínicos.
A empresa de biotecnologia Moderna também tem planos para os próximos meses.
“Esperamos que do outono até o final do ano tenhamos dados para apresentar à FDA [agência reguladora dos EUA] para que decidam sobre a aprovação”, disse Stephen Hoge, presidente da Moderna, durante a audiência desta terça.
“Também esperamos ter nesse momento milhões de doses da vacina disponíveis”, falou.
Quanto à candidata da Pfizer, “temos uma linha de visão e um caminho clínico claro para poder entregar até 100 milhões de doses de vacinas em escala comercial em 2020, e até 1,3 bilhão de doses em 2021”, declarou John Young, diretor comercial da empresa, durante a audiência.
As companhias Johnson & Johnson e Merck pareciam trabalhar com prazos maiores. Os representantes das organizações disseram durante o evento que seus objetivos continuam a ser a entrega de uma vacina contra Covid-19 no próximo ano, se tudo correr bem durante os testes.
“Começaremos nossa fase 3 em setembro”, contou Macaya Douoguih, chefe de desenvolvimento clínico e assuntos médicos da Janssen Vaccines, subordinada à Johnson & Johnson.
“Estamos almejando ter ao menos as conclusões até o começo de 2021, e 100 milhões de doses até o fim de março”, continuou ela.
Julie Gerberding, vice-presidente executiva e diretora de pacientes da Merck, declarou que a empresa não espera ter um produto aprovado até ao menos 2021.